Livro conta a história centenária do Cosmopolitano


 Autores comentam sobre curiosidades do clube; livro ainda pode ser adquirido neste ano

 

Tudo começou do desejo de um cosmopolense de família tradicional da cidade em ver a história do Clube Cosmopolitano contada no papel. Valber Kowalesky, com 60 anos, filho do saudoso projetista de cinema Hardy Kowalesky, conseguiu a parceria perfeita para a realização de seu sonho: o senhor Antonio Rodolfo Rizzo, 83, filho do saudoso comerciante Santo Rizzo.
Por três anos, Valber e Rodolfo trabalharam arduamente para conseguir compilar em 250 páginas a história centenária do Cosmopolitano Futebol Clube (CFC), comemorada no dia 15 de novembro. “O seu Rodolfo foi a pessoa que debruçou nos documentos e se empenhou. Claro que eu tive a minha parcela, mas o seu Rodolfo era o companheiro que nós precisávamos para construir o livro”, comenta Valber.
Para reconstruir uma história em palavras, a dupla procurou por sócios antigos, ex-presidentes, além das atas e jornais da época. “Peguei desde a primeira ata e, quando achava alguma coisa, eu anotava, por isso que tem tanta coisa assim. Nós também tivemos a ajuda dos meus netos que fizeram a digitação do livro, a Isabel Ribeiro Domingues que foi nossa revisora e o Adenilson que fez a diagramação”, conta Rodolfo.
“É claro que nós cometemos alguns erros por causa da inexperiência e ansiedade de fazer logo. A comunidade deveria dar mais valor porque é um documento em paralelo com a história de Cosmópolis. Tem vários personagens da história da cidade que estão presentes no livro. Vale a pena ler. Quem gosta de história e se preocupa em conhecer, deveria ler e guardar como um documento para a família”, destaca Valber.
A paixão pelo clube foi a maior motivação dos amigos em desenvolver o trabalho. “Eu achei importante desenvolver esse projeto por causa dos antigos que fizeram parte da história do clube. Nós vemos o que eles fizeram e pensamos: ‘Nossa! Se eles fizeram isso, então eu preciso fazer também’”, evidencia Rodolfo.

A experiência do livro
Tanto para Valber quanto para Rodolfo desenvolver o livro foi uma vivência memorável. “Foi uma vivência muito interessante, porque se redescobriu pessoas que estavam esquecidas e que tiveram uma história muito importante no Cosmopolitano e também na cidade. É um trabalho histórico que vai se valorizar ano a ano”, comenta Valber.

A Sorocabana
Muitas pessoas trabalharam para o clube tornar-se realidade, que estão citadas no livro. Um destaque está para o chefe da Sorocabana em Cosmópolis, o Ataliba de Carvalho. “Olha, o que esse homem ajudou o Cosmopolitano com a Sorocabana foi demais. A começar que ele contratava somente os funcionários que soubessem jogar futebol”, ressalta Rodolfo. E acrescenta Valber: “O pessoal que veio trabalhar na Sorocabana vinha de cidades maiores que já tinha o futebol. Então, eles chegaram aqui e sentiram a necessidade de formar um grupo de futebol e também social”.
Além disso, a Sorocabana fazia o transporte das equipes que jogavam contra o Cosmopolitano. Algumas vinham de São Paulo para Cosmópolis.

Cosmopolitano X Usina Ester
E como contar a história do Cosmopolitano sem falar sobre a grande rivalidade com a Usina Ester nos campos de futebol. “O Cosmopolitano, com muita mais luta, conseguiu chegar nesse patamar de clube, mas sempre paralelo à Usina. A Usina sempre colaborou como, na venda do terreno para o futebol de campo e na venda do terreno do estádio atual. A Usina foi uma grande parceira”, diz Valber. “Tinha rivalidade, mas a gente não pode falar que Usina prejudicou, ela na verdade auxiliou o Cosmopolitano”, comenta Rodolfo. “A rivalidade era apenas no futebol. Quando jogava Cosmopolitano e Usina parava a cidade. E também era essa rivalidade contra Paulínia, Artur Nogueira, Engenheiro Coelho, com Conchal também era muito forte”, acrescenta Valber.

Os jogadores
Seu Rodolfo foi um dos primeiros jogadores de basquete a defender o clube na modalidade e tem sua primeira carteirinha guardada até hoje. “Nos tempos mais antigos você tinha que ser sócio pra jogar. Eu fui sócio juvenil e tinha que pagar para jogar. Hoje em dia se ganha para jogar e antes tinha que pagar”, lembra-se, em meio aos risos.
Antes, tudo era mais complicado, para conseguir comprar uma bola de futebol, por exemplo, o clube organizava os conhecidos “Sarais Dançantes” e rifas para arrecadar verba para o time. “Quem ajudava muito a gente era o Francisco de Mario e o Adão Martelli. O de Mario tinha uma serralheria na capital e fazia coisas para o clube, as janelas e as portas ele trouxe tudo de lá. O Adão era representante em São Paulo principalmente nos anos da federação, ele fazia registros dos jogos, participava das reuniões. Os dois foram bem sucedidos na capital e ajudavam o Cosmopolitano por amor”, comenta Rodolfo.
Mas o problema mesmo era quanto algum jogador sofria uma contusão. Um dos médicos da cidade, na época, era o Luiz Nicolau Nolandi, que acabava ajudando nos primeiros socorros, mas as principais necessidades só eram supridas em Campinas. “E o jogador que machucava ficava sem trabalhar, naquele tempo não tinha INSS para ficar afastado, o cara quebrava uma perna e ficavam três meses em casa. Aí vem os jogos beneficentes, as rifas, as festas para ajudar a família do jogador acidentado. Muitos jogadores - que tinham potencial - deixaram de jogar futebol porque o pai não queria, com medo que machucasse e não fosse trabalhar no dia seguinte”, conta Valber.

Os 101 anos de história
Atualmente, o Clube conta com mais de 5 mil sócios e “ainda tem muita gente que gosta do Cosmopolitano, nós temos grandes elementos que ainda se dedicam ao clube”, acredita Rodolfo.
“Eu acho que o pessoal deveria procurar conhecer a cidade para valorizar mais na luta de todos, cada um tem uma parcela. Os que estão vivendo o momento atual precisam aprender a respeitar as coisas do clube, as pessoas, deixar um pouco de lado a vaidade e pensar que eles participam de uma instituição forte e cada célula dessa sociedade precisa estar direcionada para o mesmo lugar: a melhoria da qualidade de vida de todos”, aconselha Valber.
“Eu já gostava demais do Cosmopolitano, mas, depois de fazer as pesquisas para o livro, eu fiquei apaixonado pelo clube”, finaliza Rodolfo.
Quem deseja adquirir um exemplar do livro pode realizar a compra na secretaria do Clube com acesso pela Rua Francisco de Mário. Com o aniversário do clube, haverá uma promoção do livro, que passa a custar R$ 50.

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