Seu filho está com piolho?
Conheça as dicas do Dr. Moises Chencinski para acabar com este mal
Só de imaginar que as crianças possam estar com piolhos, as mães já ficam preocupadas e as professoras alertas. No período de pós-férias e início das aulas, ouvir que um amiguinho de classe está com piolho não é algo incomum... “Por isto, é importante tranquilizar pais e professores e dizer que o piolho não provocará uma doença mais séria na criança e que o mal pode ser eliminado com tratamento adequado”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).
O médico explica que o piolho “é um inseto parasita que vive no couro cabeludo e se alimenta de sangue. Nós não sentimos que estamos sendo picados pelo piolho porque ele elimina uma saliva que funciona, para nós, como um anestésico, mas é justamente essa saliva que provoca a coceira intensa”.
O piolho passa de cabeça em cabeça apenas por contato direto, isto é, ele não vai pular de uma cabeça para a outra. “É preciso que exista um objeto de uso comum como um pente, uma escova ou um enfeite de cabelo. A incidência de casos é maior nas crianças porque o sistema imunológico delas ainda não está plenamente desenvolvido até os 7 anos”, diz o pediatra.
Coça, coça...
Além da incômoda coceira e do rápido contágio, o piolho se reproduz no couro cabeludo com muita facilidade. Em um período de um mês, por exemplo, o parasita pode colocar mais de 100 ovos na cabeça, geralmente na região da nuca e das orelhas. “Os ovos esbranquiçados, que chamamos de lêndeas, transformam-se, uma semana depois, em ninfas e em poucas semanas viram insetos adultos”, conta o pediatra.
Para constatar se a criança realmente tem piolhos, é preciso colocá-la sentada num local com luz intensa e separar o cabelo em seções. “É preciso pentear e procurar por sinais de lêndeas e de piolhos, que se parecem com pequenas sementes ligadas ao cabelo. Uma maneira rápida para reconhecer os piolhos é que, em contraste com a caspa, as lêndeas não podem ser facilmente removidas do cabelo", ensina Chencinski.
De acordo com o médico, as lêndeas podem ser amarelas, marrons ou beges, se os piolhos ainda não eclodiram. “Lêndeas vivas são mais claras e são encontradas dentro de uma polegada do couro cabeludo. Piolhos são mais escuros e mais comumente encontrados no cabelo, atrás das orelhas e ao redor da nuca”, afirma.
Tratando o problema
Segundo o pediatra, o piolho, a princípio, pode ser tratado em casa. A seguir, Moises Chencinski lista alguns cuidados que precisam ser observados para a eliminação do inseto:
- Use um xampu ou loção especialmente formulada para matar piolhos. Adquira o produto numa farmácia, após uma consulta com receita médica. Não use remédios caseiros ou vinagre na cabeça da criança. Após ensaboar os cabelos com o xampu, deixe-o agir por alguns minutos antes de enxaguar o produto;
- Muitos xampus são eficazes para acabar com o piolho, mas nem todos são usados da mesma maneira. Certifique-se de seguir as instruções da embalagem;
- Ao lavar o cabelo, penteie-o ainda molhado com o pente que geralmente vem junto com o xampu de piolhos. Os dentes desses pentes são muito mais próximos do que o de pentes normais, o que torna mais provável a remoção dos piolhos e lêndeas;
- Estes xampus são frequentemente mais bem sucedidos em matar os piolhos que as lêndeas. Assim, pode ser necessário repetir o uso do medicamento dias seguidos ou após um período de 7 a 10 dias (de acordo com cada medicamento orientado) para matar as lêndeas que viraram piolhos após a primeira aplicação;
- Após a aplicação do xampu para matar piolho, continue a pentear o cabelo, uma vez por dia, durante várias semanas, para ter a certeza que todos os piolhos e lêndeas foram removidos. Isso é muitas vezes mais fácil de fazer com o cabelo molhado;
- Piolhos não vivem muito longe da cabeça humana, então concentre sua energia para vasculhar apenas o cabelo da criança;
- Use água quente para lavar roupas, lençóis, fronhas, cobertores e qualquer coisa que a criança afetada pelo problema possa ter tocado. Itens não laváveis tais como bichos de pelúcia devem ser guardados num saco plástico por várias semanas, até o surto de piolho terminar;
- Não tente matar os piolhos com medicamentos em spray, porque estes produtos químicos podem causar mais danos do que os piolhos;
- Por fim, lembre a todos os membros da família que chapéus, lenços, pentes e escovas de cabelo nunca devem ser compartilhados. Os piolhos não voam ou saltam de cabeça para cabeça, eles se espalham quando as crianças partilham estes objetos.
"Se após essas aplicações a criança continuar com piolhos, é sinal de que este tratamento não funcionou. Neste caso, volte a falar com seu médico (dermatologista ou pediatra) e nunca se automedique”, orienta o médico, que também é membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo.