‘Não pare na pista’ recria trajetória do escritor Paulo Coelho antes da fama

A abertura do festival também contou com a exibição da cinebiografia de Paulo Coelho, "Não Pare na Pista", dirigida por Daniel Augusto e com o ator Julio Andrade como protagonista do longa-metragem. O filme recria, com a ajuda da ficção, a trajetória do autor de “O alquimista” antes da fama internacional. O roteiro, de Carolina Kotscho (“2 filhos de Francisco”) alterna momentos da vida do escritor na adolescência, na fase adulta e na maturidade para mostrar os tormentos de um personagem em busca de um sonho.

O ator Júlio Andrade, intérprete de Paulo Coelho, assistiu grande parte do filme sentado nos degraus da plateia. “Para mim, esta noite é particularmente especial porque estou com o meu irmão caçula aqui. Ele sempre vivia dizendo que queria ser ator, e hoje ele está aqui comigo”, disse Júlio, abraçando o Ravel, ao lado da equipe de produção.

Realizado ao custo de R$ 12,5 milhões, e com sequências rodadas no Brasil e na Espanha, o filme dirigido por Daniel Augusto rivaliza com as ambições do evento que o acolheu: suspenso desde 2012 devido a uma crise administrativa, o festival retorna suas atividades em 2014 distribuindo R$ 800 mil em prêmios.

A cinebiografia do brasileiro, que se tornou um dos escritores de maior sucesso do mundo atende o que seu subtítulo promete. Como nos livros do personagem-tema, interpretado por Júlio Andrade (o Gonzaguinha de Gonzaga: De pai pra filho), a linguagem é direta, simples e pop, pontuada por lições de vida (semelhante a uma espécie de literatura de auto-ajuda).

É um filme honesto não só por ser exatamente o que se propõe, mas também por mostrar que Coelho muitas vezes é uma figura chata. Apesar de ser enaltecido na maior parte do tempo, seus defeitos pessoais não foram esquecidos. Mesmo com a história de uma vida pontuada por drogas e rock-n-roll, o filme é um entretenimento “caretinha” (termo usado em um dos diálogos, quando Raul Seixas surge em cena).

O filme, que chega aos cinemas em 14 de agosto, abre com a imagem de um jovem Paulo Coelho (Ravel Andrade, irmão de Júlio) abrindo os bicos de gás do fogão de casa, numa tentativa abortada de suicídio. É a primeira de muitas crises mentais que resultarão em internações e em conflitos familiares, um caminho tortuoso que o guiará até a parceria com Raul Seixas (Lucci Ferreira) e, no fim, à formação do escritor.

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