JP: Há 50 anos escrevendo a história de Paulínia


J.P ganhou renome na região graças ao patrono da imprensa paulinense: Carlos Tontoli

 

Nascia no dia da fundação do Jornal de Paulínia, 17 de março, há 86 anos, um dos precursores do jornalismo paulinense: Carlos Tontoli, popularmente chamado de “Carlito do Jornal”. Tontoli chegou ao J.P em 1980, quando ao lado de Wellington Masotti, o Lito, e Edilson Rodrigues, quando adquiriu em sociedade o tradicional periódico de notícias, inaugurado em 1967. Desfeita a sociedade em 1985, Tontoli assume sozinho a propriedade do Jornal. Carlito trazia ao jornal uma experiência de mais de 40 anos como jornalista, um profissional visionário e idealista, que transformou o modesto jornal semanário, primeiro jornal de Paulínia, em uma referência na região e no Estado.

O campineiro paulinense
Antes de recriar a história do jornalismo paulinense, Carlito revolucionou a imprensa campineira e paulista, sendo reconhecido como um dos nomes mais importantes da imprensa escrita do século passado.
Sua história como jornalista começou na década de 40, quando foi contratado como auxiliar de jornalismo do jornal campineiro “Correio Popular”. A paixão pela escrita e a habilidade e motivação de informar, já no início da década de 50, nomearam o jovem Carlito como um dos editores chefes do Correio.
Suas matérias sempre investigativas e reportagens exclusivas, chamaram a atenção dos olhares dos Diários Associados de São Paulo, na época considerado o maior conglomerado de empresas de mídia do Brasil, fazendo parte deste grupo fundado pelo jornalista Assis Chateaubriand, emissoras de rádio, jornal e a famosa TV Tupi.
Carlos Tontoli, foi contratado pelos Diários Associados em 1955, sendo um dos principais correspondentes de notícias do grupo. Sua perspicácia e sagacidade, foram a escolha para Carlito representar os diários paulistas em Brasília, entrevistando com exclusividade o então presidente eleito Jânio Quadros. Meses depois em São Paulo, Carlito e outros jornalistas, participavam da coletiva a qual Jânio Quadros falava sobre sua renúncia a presidência em agosto de 1961.
No vasto currículo de Carlos Tontoli, como jornalista, estão importantes coberturas nacionais, posse de governadores, “golpe militar de 1964”, as mortes trágicas de presidentes como Castelo Branco, Juscelino Kubitschek, a inúmeros acontecimentos históricos da região, como a emancipação de Paulínia e inauguração da Petrobras, pelo então presidente do Brasil, General Emílio Garrastazu Médici, nesta época Carlito era correspondente do jornal “O Estado de São Paulo”.
Em Campinas, Tontoli foi um dos idealizadores da construção da Sede e modernização da Associação Campineira de Imprensa (ACI), renomada instituição paulista, a primeira associação de imprensa do Brasil. Durante 10 anos, Tontoli foi presidente da ACI, ao lado de mestres da imprensa brasileira, como Oliveira Barbosa, Catalgo Bove e Marco Antônio Quintas.

Um novo JP surgia em 1985
Ao ingressar oficialmente no Jornal de Paulínia, em 1985, Carlito transformou o antigo Jornal ACP (sigla de Artur Nogueira, Cosmópolis e Paulínia), em uma referência da cidade na região. O Jornal de Paulínia tornou-se com Tontoli a voz escrita do povo, nada escapava dos olhares do velho Carlito. As páginas do JP transcreviam com autenticidade os fatos nas palavras de Tontoli, que fazia o papel de repórter, fotógrafo, editor, redator e até tipógrafo na criação das páginas. Suas reportagens esclareciam fatos, desvendavam dúvidas e mistérios, e principalmente alertavam a população contra desmandos e irregularidades na cidade.
Em março de 1987, dois anos após assumir o JP, a empresa conquistava um feito único na história da imprensa regional, a compra da rotativa MAN. De fabricação alemã, a máquina era uma das mais modernas do mundo para a impressão de jornais, sendo a primeira importada para o país.
A máquina começou a produzir totalmente o Jornal de Paulínia, assim como fazer os trabalhos gráficos de outros jornais da região, revistas e tabloides, exercendo até o final dos anos 2009, serviços gráficos gerais. O jornal “O Estado de São Paulo” publicava naquela semana uma reportagem especial falando dos avanços da imprensa no interior, e destacava o pioneirismo do renomado Carlitão, como era conhecido entre os amigos da capital: “Carlitão já pode dormir ao som de uma rotativa, uma das mais modernas do mundo, algo a altura da cidade que se tornou referência política, administrativa e de progresso para o Brasil. Com Carlitão, a cidade já é referência no jornalismo paulistas e, agora Paulínia é referência em qualidade de impressão no Brasil”, Jornal Estado de São Paulo.
Na Rua da Imprensa (a qual recebe esse nome em homenagem ao Jornal de Paulínia), antiga sede do J.P, Carlito comandava uma numerosa equipe, que carinhosamente intitulava de sua família, e prestava serviços como jornalista ao jornal Correio Popular, em que trabalhou por 42 anos como editor chefe, aposentando-se em 1992, para dedicar-se ainda mais ao Jornal de Paulínia.
Carlito residia em Campinas, região do Castelo, mas, todos os dias chegava de madrugada em Paulínia na sede do Jornal, que praticamente era sua segunda casa, assim como a cidade o seu segundo berço. Dizia com muito orgulho “sou paulinense de coração. Nasci em Campinas quando Paulínia era Campinas, então sou paulinense também”. Carlos Tontoli, o Carlito do Jornal, faleceu em 23 de maio de 2006, aos 75 anos. O JP em triste nota trazia como manchete “Morre Carlito, a Voz impressa do povo de Paulínia”. Em 21 anos a frente do J.P, Carlito foi muito além de transcrever nas páginas do jornal as transformações de Paulínia, com seus acontecimentos únicos de progresso, como fatos únicos políticos, “foi ele a voz do povo, e o responsável pela evolução da imprensa no município e região”, assim noticiava o jornal Correio Popular.

Nossa homenagem aos 50 anos de JP
Ao Carlos Tontoli renomado jornalista brasileiro, ao Carlito do Jornal de Paulínia, os nossos agradecimentos nesta edição especial. Carlito que acompanhou o J.P em todas suas fases, como correspondente à proprietário, desde tempos dos linotipos de chumbo, onde cada frase dos textos publicados tinham de ser montados individualmente – um árduo e cansativo trabalho manual -, até a chegada dos modernos computadores com seus softwares ainda mais modernos, para a produção e edição, do Jornal de Paulínia. A homenagem ao mais querido “pai” do J.P, patrono da imprensa paulinense, consagrado com nome de ruas, pavilhões e salas em Campinas, assim como o nome da sala de imprensa da Prefeitura de Paulínia; principalmente nos corações de quem conheceu o velho Carlito, o campineiro de Paulínia.

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