Jornal de Paulínia completa 47 anos testemunhando a vida da cidade

Edilson Rodrigues recorda a época em que foi sócio do jornal

O Jornal de Paulínia completou, na segunda-feira (dia 17), 47 anos de circulação ininterrupta. Fundado como Jornal do ACP (referência à região formada por Artur Nogueira, Cosmópolis e Paulínia), circulava simultaneamente nas três cidades, mas depois ganhou edição exclusiva para Paulínia e passou a ter o nome atual. Fundado por Wherby Gião (já falecido) e Wellington Masotti (ex-diretor legislativo da Câmara Municipal), o Jornal de Paulínia teve ainda diversos diretores, dentre os quais o saudoso Carlos Tontolli, o Carlito, que por mais de vinte anos esteve à frente da publicação.

Em 1982, o Jornal de Paulínía foi adquirido por Carlos Tontolli, que tinha como sócios Wellington Masotti, o Lito, que retornava ao semanário que havia fundado, e Edilson Rodrigues. A sociedade permaneceu até 1985, quando Carlito permaneceu sozinho a direção do jornal.

Edilson Rodrigues lembra com saudade daqueles tempos. “A convivência que tive com Carlito foi muito boa. Era uma das pessoas mais íntegras que já conheci, amigo leal e sempre preocupado com os interesses da cidade. E o Lito, sempre considerei como se fosse um irmão”, recorda o ex-coordenador das companhias de gás.

Ele conta que, na época, o Jornal de Paulínia era a única publicação com circulação regular na cidade. O jornal era composto por linotipo e impresso com máquina plana na gráfica própria, que já funcionava na Rua da Imprensa, 52.

Rodrigues também recorda que o jornal sempre teve muita repercussão e que a publicação era aguardada toda semana com ansiedade pelos leitores. “Além das matérias locais,que eram redigidas pelo Carlito e algumas por mim,  também faziamos a coluna ‘Coisas da Cidade’ e tínhamos colaboradores, como o Agostinho Fávaro, conhecido como Lara, e o Décio Stefano Cícero, já falecidos, que editavam a coluna do “Moita”, o José Roberto Fávero, responsável pela cobertura esportiva, além do Hélio Martini”, lembra.

Ainda segundo o antigo diretor do jornal, as coberturas do Carnaval também faziam muito sucesso. Como era um dos responsáveis pela organização da festa, Edilson Rodrigues conhecia muito bem os enredos e os integrantes das três escolas de samba que desfilavam na cidade – a tradicional Havai-71, a da Tia Lazinha e a do Unidão. Na época do Carnaval, os leitores ficavam ávidos para saber das notícias das escolas, blocos e dos bailes, que mobilizavam praticamente toda a cidade tanto nos preparativos nas semanas que antecediam como também durante o evento.

“Foi realmente uma época muito feliz e produtiva tanto para nós como para toda a cidade. Tenho boas recordações daqueles anos e posso dizer que o Jornal de Paulínia sempre teve uma participação muito importante na vida da comunidade e que se mantém até hoje”, destaca Edilson Rodrigues.

 

Nascido no mesmo dia do jornal, Carlito marcou época na imprensa da cidade e região

Se estivesse vivo, o jornalista Carlos Tontolli também estaria comemorando mais um aniversário justamente no mesmo dia 17 de março. Faleceu em 23 de maio de 2006, aos 75 anos.  Reconhecido como um ícone do jornalismo na RMC, notadamente em Campinas e Paulínia, ficou por mais de 20 anos na direção do Jornal de Paulínia e colaborou para construir a imprensa local e regional.

Homem de mil faces, Carlito como era carinhosamente chamado, faleceu em 23 de maio de 2006 e deixou um legado forte até os dias de atuais. Bem jovem, com apenas treze anos iniciou sua carreira como revisor no Correio Popular, em Campinas, tornando-se depois repórter e editor, passando também pelos periódicos Gazeta de São Paulo e Diários Associados.

No Correio Popular trabalhou por quarenta e dois anos chegando a editor-chefe. Das entrevistas que fez, com certeza destacam-se as entrevistas com os ex-presidentes Juscelino Kubitschek e Jânio Quadros, além do ditador Fidel Castro.

Carlito, além de jornalista, foi juiz de paz e ator, participou dos longas-metragens "Fernão Dias", do diretor Alfredo Roberto Alves; "Cara de Fogo”, "Luz e Sombra”, do diretor Lima Barreto.

Carlos Tontoli foi um profissional brilhante que marcou época no jornalismo brasileiro. Profissional à frente do seu tempo, Carlito continua vivo, através de sua história e de sua contribuição à imprensa de um modo geral. Homenageado pelo Município, a Sala de Imprensa do Paço Municipal foi justamente batizada com seu nome.

Adicionar comentário


Código de segurança
Atualizar

Variedades

Oportunidades